Plínio Valério se alia à oposição contra privatização da Eletrobrás

Os parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro têm o mesmo argumento do senador amazonense. Plínio Valério afirma não ser fácil aprovar a MP nesta quarta

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 16/06/2021 às 16:50 | Atualizado em: 16/06/2021 às 18:10

O senador Plínio Valério (PSDB) se uniu aos parlamentares da oposição na batalha contra a privatização da Eletrobrás. A medida provisória (MP) está na pauta desta quarta-feira (16) no Senado e, se não for votada, pode caducar, pois o prazo de validade dela termina na próxima terça-feira (22). 

“Privatizar a Eletrobrás é ir na contramão do mundo: o setor energético é estratégico. Sem falar que estaríamos aprovando uma MP com aval para aumentar a conta de luz da população, prejudicando a soberania energética brasileira. Meu voto é não”, criticou Plínio. 

Em nota, o senador avalia que não será fácil a tramitação e aprovação no Senado, mesmo com modificações. Ao antecipar seu voto, Valério citou alguns motivos para a importância de se manter esse patrimônio nacional com controle do governo. 

“A Eletrobrás é a primeira empresa da América Latina, a segunda do planeta em geração de energia hidráulica e a terceira maior do mundo em produção de energia limpa e renovável. Por que privatizar? Para entregar para os financistas? Para valorizar o lucro dos cotistas e prejudicar o povo?”, argumentou. 

De acordo com Plínio, o governo Bolsonaro está na contramão do mundo com a proposta.

Nos Estados Unidos, que serve sempre de modelo para o Brasil, 75% dessa geração de energia pertence ao Governo, ao estado.  

“Na índia, 90% . E nós vamos abrir mão disso? A privatização coloca em risco sim, a soberania energética do país. Vai privatizar hidrelétricas no rio Xingu, por exemplo, não vai privatizar o rio, mas vai privatizar a produção de energia”, disse. 

“Eu digo Não. Antecipo meu voto. Fui colocado aqui no Senado pela população. E o que é mais importante: vai prejudicar o consumidor, porque a tarifa vai aumentar mesmo. Por isso meu voto é não à privatização e sim ao investimento e à vacinação contra o covid-19”, completou.

Oposição  

Os parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro têm o mesmo argumento do senador amazonense. 

“É o seu bolso que será afetado com a venda da Eletrobrás, uma empresa que vale R$ 400 bilhões e o governo quer entregar por míseros R$ 60 bi. Fiquemos alertas! Hoje é foco total para impedir a entrega de mais um patrimônio nacional”, advertiu o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).  

“Na contramão do mundo, o governo Bolsonaro quer entregar, a preço de banana, a segurança energética do Brasil. Nenhuma grande nação terceiriza a energia porque ela é determinante para o desenvolvimento e a produção”, afirmou. 

Para o senador Paulo Paim (PT-RS), a venda de patrimônio público é típica de governos incompetentes.  

“Governos responsáveis planejam a médio e longo prazo, sem privatizar. O Senado precisa dizer não à privatização. O futuro vai cobrar tamanha irresponsabilidade”, afirmou.  

“A privatização da Eletrobrás é um crime de lesa-pátria. Os prejuízos serão enormes. Todos vão sofrer: população e setor produtivo. O valor da conta da luz vai aumentar, teremos riscos de apagões. Privatizar essa empresa é jogar contra a soberania energética do país”.

Foto: Gerdan Wesley/PSDB/Agência Senado