O senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez uma publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (4) que chamou bastante atenção.
Estampando a capa de uma revista, o parlamentar disse estar feliz por ser escolhido como uma das personalidades do ano do veículo.
No entanto, tratava-se da Revista Eletrônica A Verdade, lançada em 2020, que faz parte do veículo de comunicação bolsonarista, Jornal da Cidade Online, sediado nos Estados Unidos.
“Feliz por estar entre as personalidades do ano da revista A Verdade. Ao lado de outras figuras públicas, fui lembrado por meus posicionamentos firmes no Senado contra decisões de alguns integrantes do STF e por minha luta para combater as ONGs corruptas que atuam na Amazônia”, escreveu o senador.
Entre as figuras presentes na capa, estão jornalistas e políticos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), todos defensores de atos antidemocráticos, de tentativa de golpe e propagadores de fake news.
Junto do senador do Amazonas, estampam a capa, os jornalistas que trabalharam juntos na Jovem Pan, Guilherme Fiuza e Paulo Figueiredo (neto do ditador general João Baptista Figueiredo). Ambos tiveram conta nas redes sociais suspensas, por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF), por se manifestarem a favor de atos antidemocráticos. A ex-jogadora de Vôlei e ex-comentarista da emissora, Ana Paula Henkel, também está entre os “escolhidos”. Por diversas vezes, ela se manifestou a favor do governo Bolsonaro, propagando informações falsas no período eleitoral e na pandemia da Covid-19.
Do meio político, estão os colegas de Plínio no Congresso Nacional, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) e o deputado federal general Girão Monteiro (PL-RN). A parlamentar indígena e bolsonarista é acusada de pagar harmonização facial com dinheiro de campanha. Enquanto isso, o general esteve em um dos atos em frente ao quartel do Exercito em Natal (RN), que pedem intervenção militar.
Apesar de ter dito em tribuna no Senado não ser “governista” ou “bolsonarista”, Valério mais uma vez mostra que é muito mais do que apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A exemplo disso, como outros bolsonaristas, ele votou contra o Bolsa Família, o aumento real do salário mínimo, previsto dentro da PEC da Transição que garante o pagamento de programas sociais as famílias pobres. Valério foi o único senador da bancada federal do Amazonas a votar contra.
Há também o amor platônico pela CPI das Ongs na Amazônia, que tornou-se sua principal bandeira em um mandato apagado no Congresso Nacional.
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Foto: reprodução/ redes sociais