O plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) aprovou na manhã deste 24 de maio dois projetos transformando em lei duas saudações segmentadas.
A primeira é “A paz do Senhor!”, usada por membros das igrejas evangélicas.
A outra é “Selva!”, esta muito usada na continência de militar do Exército na Amazônia.
Os textos aprovados seguem para a sanção do governador do estado.
O autor das duas leis é o deputado estadual Dan Câmara (PSC), coronel da Polícia Militar e irmão dos donos da igreja Assembleia de Deus.
Ele fundamenta os dois projetos como patrimônio cultural de natureza imaterial do Amazonas.
Dan Câmara afirmou, por exemplo, que as matérias possuem amparo no artigo 216 da Constituição do país de 1988, “que proclama que constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente, ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais incluem, as formas de expressão”, escreveu.
Leia mais
A paz do Senhor!
Sobre a saudação religiosa, o deputado justifica com o número de brasileiros pertencentes à comunidade evangélica.
“Segundo dados do último censo realizado pelo IBGE, o total de evangélicos no Brasil subiu de 26,2 milhões para 42,3 milhões em 2010. Ou seja, desde a década de 17, saltaram de 5,2% para 22,2% da população brasileira. E, por óbvio, não podemos desconsiderar a grande influência cultural desta grande parcela de cidadãos brasileiros”.
Historicamente, ele contextualizou o projeto.
“Um dos costumes mais conhecidos dos evangélicos é o de se cumprimentar de uma maneira peculiar com a expressão ‘A paz do Senhor Jesus’. A saudação ‘A paz do Senhor Jesus’ é uma tradição cristã”.
Leia mais
Selva !
Já a saudação “Selva!”, Dan Câmara escreveu em seu projeto que trata-se de uma linguagem criada no Amazonas.
Segundo o projeto, o criador do tratamento foi o coronel Jorge Teixeira, militar do Exército e primeiro comandante do Centro de Instruções de Guerra da Selva (Cigs), sediado em Manaus.
Além disso, ele foi prefeito de Manaus nomeado em 1973 e governador de Rondônia de 1979 a 1985.
Conta-se que nos primeiros dias do Cigs não havia, ainda, ficha de serviço de viatura, o que levava a sentinela a perguntar o destino das viaturas que saiam do quartel. E quase sempre a resposta era apressada e precisa: Selva!. Era esse o destino. A resposta curta, tão repetida, fez-se saudação espontânea e vibrante, alastrou-se, expandiu o seu significado, ecoou por toda a Amazônia contagiando a todos com o mesmo ideal. Selva! A expressão substitui o ok, tudo bem .
Foto: divulgação/ALE