Pesquisa Datafolha aponta que apenas 10% dos entrevistados aprovam o trabalho do Congresso.
Dessa forma, o índice é três pontos percentuais menor do que a última pesquisa, de setembro. Conforma publicação do Notícias ao Minuto.
Também é menos da metade do observado há quase três anos (22%), quando teve início o mandato dos atuais deputados e da maioria dos senadores.
Assim como é bem menor também do que agosto de 2020 (17%), data da última pesquisa.
Isso ocorreu nas gestões de Rodrigo Maia (sem partido-RJ) na Câmara e de Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado.
Desse modo, desde fevereiro, a Câmara está sob o comando de Arthur Lira (PP-AL) e o Senado, de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ruim ou péssimo
O Datafolha mostra ainda que o número de brasileiros que avalia como ruim ou péssimo o trabalho do Congresso teve uma oscilação para baixo.
Por exemplo, passando de 44% na última pesquisa, em setembro, para 41%. Os que consideram regular a atuação dos parlamentares foram de 40% para 45%.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O instituto entrevistou presencialmente 3.666 pessoas de 16 anos ou mais, de todas as classes e em todas as regiões, em um total de 191 municípios.
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Bolsonaro e Lira
Assim como na pesquisa anterior, entre quem considera o governo de Jair Bolsonaro (PL) bom ou ótimo há uma visão um pouco menos negativa do Congresso.
Ou seja,18% também aprovam a atuação dos parlamentares.
Esse contingente, porém, vem encolhendo. Em setembro, era 23%.
Lira é aliado do presidente da República, e seu partido, o PP, deve integrar a chapa da candidatura de Bolsonaro à reeleição.
Cabe a ele a decisão, de maneira individual, sobre o andamento de pedidos de impeachment.
Pacheco
Já Pacheco, também pré-candidato ao Palácio do Planalto, adota uma posição de independência.
Do lado da reprovação da atuação dos parlamentares, os índices são maiores do que a média entre os mais instruídos (46%).
Além dos mais ricos (53%) e os que consideram ruim ou péssimo o governo Bolsonaro (46%).
De setembro para cá, o Congresso passou por episódios como a discussão e aprovação da PEC dos Precatórios.
Assim abriu margem no orçamento para pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.
Além disso, as movimentações de bastidor motivadas pela decisão do Supremo Tribunal Federal de bloquear, por falta de transparência, a execução do Orçamento federal manejado pela cúpula do parlamento.
A decisão da corte foi revista, posteriormente, mediante a promessa de divulgação futura do nome dos parlamentares beneficiados.
PEC
A Câmara também tentou, sem sucesso, aprovar a PEC (proposta de emenda à Constituição).
Dessa maneira, isso ampliava a influência do Congresso no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
A medida, capitaneada por Lira, era apontada por críticos como uma espécie de vingança do mundo político contra a Operação Lava Jato.
No Senado, houve uma protelação de meses para a apertada aprovação do nome de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal.
Indicado por Bolsonaro, ele foi apoiado por diversas lideranças evangélicas.
A atual legislatura foi eleita em meio à onda antipolítica de 2018.
Na ocasião, os eleitores patrocinaram a maior renovação na Câmara desde pelo menos 1998, reduzindo o rol de reeleitos a menos da metade das 513 cadeiras.
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