Nesta quinta-feira (1º/12), 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em sete estados, entre eles no Amapá, numa operação contra indícios de fraudes no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), em relação à rodovia com a obra mais antiga do país , a BR-156.
A investigação, feita pela Polícia Federal (PF), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Controladoria Geral da União (CGU), verificou um superfaturamento de mais de R$ 6 milhões em contratos de manutenção da rodovia.
Os mandados foram cumpridos no Amapá, Santarém (Pará), Sergipe, Rio de Janeiro , Pernambuco, Paraíba e Distrito Federal.
No Amapá, os mandados foram cumpridos nos municípios de Macapá , Santana e Pedra Branca do Amapari , na sede do Dnit e em residências dos investigados.
Segundo a PF, a ação faz parte da operação “Candidus 2”, que apura indícios da existência de organização criminosa destinada a fraudar contratos de manutenção rodoviária da BR-156, considerada a obra federal mais antiga em andamento no Brasil.
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A operação desta quinta-feira é um desdobramento da Candidus 1, deflagrada em novembro de 2021 , quando a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no Dnit.
“As investigações feitas a partir da análise dos contratos verificou a ocorrência de superfaturamento nas obras no valor de R$ 6,1 milhões em prejuízo ao erário”, informou a Polícia Federal.
A apuração das investigações da Candidus 2 aponta ainda um sofisticado esquema de “esquentamento” de madeiras extraídas ilegalmente de áreas preservadas e destinadas a obras contratadas pelo Dnit no Amapá.
De acordo com a PF, havia um possível pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos que integravam o esquema fraudulento das obras, que chegavam a declarar insumos, como por exemplo equipamentos, serviços e matérias-primas, em valores até 15 vezes maiores que os praticados no mercado.
“Foram verificadas diversas irregularidades na emissão de Documento de Origem Florestal (DOF), no Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), onde empresas movimentavam apenas créditos florestais, sem a respectiva madeira chegar aos pátios, indicando a utilização de madeira de origem ilegal”, declarou a PF.
A operação investiga os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Se condenados, os investigados poderão cumprir pena de até 51 anos de reclusão.
Leia mais na matéria de Marcelle Corrêa no g1
Foto: Polícia Federal/divulgação