Erros de governadores e prefeitos serão investigados na CPI da covid

Pedido do senador Alessandro Vieira atende o desejo de Bolsonaro, que diz joga para governadores e prefeitos a culpa pelos erros na epidemia

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 10/04/2021 às 20:57 | Atualizado em: 11/04/2021 às 19:51

Um dos autores do pedido inicial da CPI da covid contra o governo de Jair Bolsonaro, o senador Alessandro Vieira (Cidadania) pediu hoje (10) a inclusão de governadores e prefeitos na investigação.

Embora não seja da base aliada do governo, Vieira realizou assim um desejo de Bolsonaro, que vê a CPI como um ato de perseguição ao seu governo.

O senador disse que, garantida a abertura da comissão, é importante que as investigações alcancem também os governadores e prefeitos, além de outros gestores, como secretários e servidores administrativos.

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Brecar os trabalhos

Investir na investigação de ações de governadores e prefeitos é visto como uma forma de diluir a atenção voltada ao governo federal. Contudo, governistas e oposicionistas consideram ser inevitável que estados e municípios entrem no jogo.

Essa intenção de incluir mais entes na CPI já era até um pedido articulado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE).

Ao mesmo tempo, senadores da base ponderam que ampliar o escopo pode agravar a crise entre Bolsonaro e os governadores, com respingos a aliados — o que atrapalharia planos para 2022 e a própria condução da crise sanitária.

CPI da CPI

O vice-líder de Bolsonaro no Senado, Carlos Viana (PSD-MG), articula um requerimento de CPI para investigar a decisão monocrática de Barroso para a CPI da covid.

Segundo ele, o objetivo é constatar que esse ato interferiu em uma competência do Congresso.

“Uma CPI pode, se ficar comprovada a responsabilidade criminal, pedir o impeachment do ministro. É um segundo passo”.

De acordo com Viana, se confirmado um vácuo jurídico que o Congresso precise modificar, “a CPI pode propor uma nova legislação. O que não podemos mais é acompanhar, sem dar nenhum tipo de posicionamento, decisões monocráticas entre poderes”.

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado