O governo Bolsonaro vende imagem no exterior que não condiz com a realidade do país. Fatores como os 500 mil mortos por covid, desemprego em alta, fome e incapacidade de lidar com a crise sanitária refletem o atual cenário do país.
Conforma a coluna de Jamil Chade no UOL, o discurso sobre a pandemia é contraditório. Para o público doméstico é, mas nas tribunas de organismos internacionais, as autoridades do Brasil dizem para defender a “ciência” contra o vírus. Dessa forma, buscam esconder os atos do presidente Jair Bolsonaro.
Num evento na OMS nesta segunda-feira, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, adotou um tom radicalmente diferente da narrativa do governo e do presidente sobre a covid-19.
O evento marcou um esforço da OMS para ampliar a produção de vacinas pelo mundo, justamente para garantir maior distribuição e superar a escassez que afeta dezenas de países.
Sem citar em nenhum momento a dimensão da crise brasileira, Pontes usou o palco da OMS para defender a “importância da ciência”. No entanto, em nenhum momento ele citou a ofensiva do governo na busca de tratamentos sem respaldo da ciência.
“A pandemia tem sido um enorme problema para todos os países e, claro, nos deu importantes lições”, disse. “Por exemplo, a importância da ciência como a única arma que temos para lidar contra o inimigo, o vírus”, disse.
Pontes também defendeu que países possam “trabalhar juntos” e “congratulou a OMS”. Dessa forma, acabou contradizendo a postura do governo que, por meses, insistiu que as agências internacionais não deveriam fortalecidas na resposta à pandemia.
Leia mais na Coluna de Jamil Chade no UOL
Leia mais
CPI afirma que culpados por 500 mil mortos serão “punidos”
Foto: Divulgação