Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acusado por crimes na Operação Zelotes, que apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.
O caso corre sob segredo de Justiça e por isso não há detalhes sobre quais crimes a PGR entende que Jucá cometeu.
Procurada pelo G1, a assessoria de Romero Jucá ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
O inquérito está sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, relator da Zelotes no Supremo.
Caberá a ele notificar o acusado para apresentar resposta à denúncia e levar o inquérito para julgamento na segunda Turma do STF, que decidirá se ele vira ou não réu na Zelotes.
No ano passado, Lewandowski autorizou a abertura de inquéritos para investigar Jucá.
Foi com base no resultado das investigações que a PGR apresentou a denúncia.
Em um desses inquéritos, Jucá é suspeito de participar de um esquema de venda de emendas a medidas provisórias.
As investigações da Polícia Federal apontam que em 2013, enquanto líder do governo no Senado, Jucá teria alterado uma medida provisória para beneficiar o grupo Gerdau.
À época, o senador era relator de proposta que mudava a tributação sobre o lucro de empresas brasileiras fora do país.
Zelotes
A Operação Zelotes foi deflagrada em março de 2015.
Inicialmente, apurava o pagamento de propina a conselheiros do Carf para que multas aplicadas a empresas – entre bancos, montadoras e empreiteiras – fossem reduzidas ou anuladas.
Em outubro de 2015, a Zelotes também descobriu indícios de venda de Medidas Provisórias (MP) por políticos que prorrogavam incentivos fiscais a empresas do setor automotivo.
Uma das empresas que atuava no Carf teria recebido R$ 57 milhões de uma montadora entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de paga
Segundo a Polícia Federal, mesmo depois do início da operação, as investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser cometidos.
Fonte: Agência Brasil
Foto: fotos públicas