O ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Pereira (foto) e o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Antônio Carlos Ferreira receberam censura ética da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
A decisão foi anunciada, nesta segunda-feira (29), pelo presidente da comissão, Mauro Menezes.
Pereira deixou o governo em 3 de janeiro passado, após renunciar ao ministério para se dedicar a questões “pessoais e partidárias”.
De outro lado, Antônio Carlos Ferreira foi afastado da Caixa pelo presidente Michel Temer no último dia 16 para que apresentasse defesa em investigações da Polícia Federal.
Posteriormente, Ferreira e mais dois diretores foram destituídos pelo Conselho de Administração do banco.
No caso do ex-ministro, o processo foi aberto com base nas delações de executivos da JBS.
A comissão solicitou ao Supremo Tribunal Federal a integralidade das gravações envolvendo Pereira.
A censura ética foi aplicada com base em uma conversa entre Joesley Batista, dono da JBS, e Pereira, à época ministro.
Na conversa, segundo o presidente da Comissão de Ética, Batista pedira a Pereira que inibisse a entrada de empresários brasileiros no mercado calçadista da Argentina, com a intenção de preservar os negócios de Batista no país vizinho.
Ex-vice da Caixa
No caso de Antônio Carlos Ferreira (foto/Antonio Moreira/VN), a Comissão de Ética também entendeu que não foram apresentadas pela defesa argumentos suficientes que afastassem a censura ética.
“Subsistiu uma dúvida, uma zona cinzenta. Algo que, do ponto ético da conduta de altas autoridades federais, não compõe com o imperativo da prestação de contas que autoridades e ex-autoridades devem pelo exercício das altas funções que lhe são confiadas”, explicou Menezes.
As suspeitas de corrupção na Caixa motivaram investigações do Ministério Público Federal, do Banco Central e da Polícia Federal.
Ferreira e Deusdina dos Reis Pereira, outra vice-presidente do banco também afastada, estão entre os investigados.
A Operação Greenfield investiga a existência de um esquema de cooptação de testemunhas para que não contribuíssem com a apuração de supostas irregularidades envolvendo fundos de pensão.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Divulgação/Gospel Prime