Numa capital, equipes de abordagem serão ampliadas para atender os moradores de rua, inclusive estrangeiros, enquanto em outra essas pessoas em situação de vulnerabilidade são estimuladas a procurarem serviços públicos. Há, ainda, parceria com pousadas para abrigar pessoas que vivem nas ruas.
Em Manaus, a prefeitura tem uma ideia da invisibilidade dessas pessoas que vivem nas ruas: apenas 31% estão inseridos num cadastro único de benefícios sociais. O desafio, assim, é alcançar todo esse grupo.
Uma tentativa prevista é a ampliação das equipes de abordagem. A subsecretária de Direitos Humanos na cidade, Maria das Graças Prola, estima em 2 mil pessoas a população de rua na capital do Amazonas.
Em 2022, porém, o município conseguiu identificar apenas 466 pessoas. No ano anterior, 151. E, em 2020, primeiro ano da pandemia, foram 532 pessoas atendidas pela prefeitura.
As ruas de Manaus abrigam uma parcela expressiva de venezuelanos, que fugiram da crise em seu país de origem.
Prola nota uma mudança nas características da presença dos venezuelanos. Antes, a predominância era de indígenas warao, com famílias inteiras praticando mendicância em semáforos. Agora, são não indígenas que estão nos sinais.
“Essas pessoas ainda são muito invisíveis aos olhos das políticas públicas”, disse a subsecretária. “E hoje existe um aspecto que é o legado dessa crise social recente: a fome. Famílias estão com cartazes nos sinaleiros pedindo auxílio para alimentação.”
Leia mais
A prefeitura tem espaços para acolhimento de pessoas que vivem nas ruas e cozinhas comunitárias. Em um desses espaços, a maioria dos acolhidos são homens com idade de 21 e 35 anos e oriundos do Nordeste e do Norte, especialmente de cidades do interior. Leia mais no portal do jornal Folha de S.Paulo