Até o final da manhã de hoje (25), a Polícia Federal já tinha cumprido seis mandados de prisão de 12 expedidos pela Justiça na operação Fiat Lux. Essa ação apura um suposto esquema de fraudes e pagamento de propina na Eletronuclear, do grupo Eletrobrás.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), há participação de políticos do MDB nos crimes. A revelação foi feita pela empreiteira Andrade Gutierrez, também envolvida no pagamento de propina.
Dessa maneira, há entre os investigados um ex-ministro, um ex-deputado federal, empresários e ex-executivos da estatal.
Um deles é Silas Rondeau , ex-ministro de Minas e Energia do governo do ex-presidente da República Lula da Silva (PT). Ele, que já foi presidente da Amazonas Energia, no Amazonas, foi indicação do MDB ao ministério. Depois, no governo Dilma Rousseff (PT), a pasta continuou com os medebistas, desta vez com o senador Eduardo Braga, do Amazonas.
Rondeau aparece em série de gravações obtidas pela Polícia Federal e em delação premiada do ex-ministro petista Antônio Palocci. Por causa disso, deixou o cargo após as primeiras denúncias, em 2008.
Além das ordens de prisão, existem 18 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Os mandados são expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da operação Lava Jato na 7ª Vara Federal do Rio.
Em síntese, essa ação é desdobramento de outras operações que apuram desvios de recursos em contratos da empresa de energia na Lava Jato.
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Delações da Andrade Gutierrez
De acordo com o MPF, as investigações que levaram à Fiat Lux tiveram como base as informações de delações premiadas de empresários presos em operações desde 2017.
Entre esses delatores estão executivos da construtora Andrade Gutierrez. Ela, ao lado de outra grande empreiteira, a Engevix , estão envolvidas em práticas ilícitas investigadas.
Por exemplo, a delação de executivos da Andrade Gutierrez ajudou a demonstrar a geração do caixa 2 da empresa. Esse dinheiro, portanto, era para pagamentos de propina em espécie a funcionários da Eletronuclear.
Conforme o MPF, foi identificado “sofisticado esquema criminoso para pagamento de propina na contratação das empresas Argeplan , AF Consult e Engevix”.
Como resultado, a operação Descontaminação revelou a participação de políticos do MDB no desvio de recursos da Eletrobrás. “E isso ocorreu por meio da indicação das empresas que deveriam ser contratadas”, indicou o MPF.
“A companhia está acompanhando o assunto e manterá o mercado informado”. Foi o que disse comunicado da Eletrobrás.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil