PGR pede prisão de Collor por 30 atos de corrupção e 369 de lavagem

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 25/04/2019 às 20:39 | Atualizado em: 25/04/2019 às 20:39
O senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL) está sendo denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por 30 crimes de corrupção passiva e 369 de lavagem de dinheiro. Por isso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede condenação dele a uma pena de 22 anos e oito meses de prisão.
Também nas alegações finais, a Procuradoria Geral da República (PGR) pede a imputação de multa e o pagamento de indenização por danos morais e materiais no total de R$ 59,9 milhões, o equivalente ao montante cobrado a título de propina.
Figuram ainda como réus na ação penal Pedro Paulo Bergamaschi e Luis Pereira Duarte de Amorim. As informações são PGR.
A denúncia narra que, entre 2010 e 2014, uma organização criminosa instalou-se nas diretorias da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás, com o propósito de praticar diversos crimes contra a administração pública, liderada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em particular na figura de Fernando Collor, à época filiado à agremiação.
Segundo as investigações da PGR, Collor cometeu por 30 vezes o crime de corrupção passiva e por 369 o de lavagem de dinheiro.
Os delitos foram praticados na condição de senador da República, pois o congressista era responsável por indicações para a presidência da BR Distribuidora e das diretorias de rede de postos de serviços e de operações e logística.
Nesse contexto, diz a PGR, Collor solicitou, aceitou promessa e efetivamente recebeu vantagens indevidas.
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Os documentos comprovam que o senador recebeu R$ 9,95 milhões em um contrato para troca de bandeiras em postos de combustíveis entre a BR Distribuidora e a empresa DVBR Derivados do Brasil.
Parte da propina foi enviada para uma off-shore em Hong Kong para posterior disponibilização para saque no Brasil, e a outra parte foi repassada em espécie.
O Partido dos Trabalhadores (PT), que também participava do esquema, não é alvo nesta ação.
Foto: Pedro França/Agência Senado