A coleta de assinaturas dos senadores para a criação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) no Senado para conhecer os detalhes da composição de preços de combustíveis praticados pela Petrobrás começou hoje, dia 29, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O senador Omar Aziz (PSD), que nesta segunda, no auge da crise com a paralisação de caminhoneiros, sugeriu que o Senado abrisse a caixa-preta da política de reajustes de preços dos combustíveis da companhia, foi um dos primeiros a assinar o pedido de CPI.
Da audiência participou o ministro da Fazenda , Eduardo Guardia, representando o governo federal na discussão da crise nacional.
“Assinei a CPI para que, em 30 dias, nós possamos dar um panorama para a sociedade brasileira dessa caixa-preta que é a Petrobrás. O Pedro Parente [presidente da estatal] simplesmente adotou uma política de preços que não beneficia o povo brasileiro, até porque ninguém tem salário dolarizado. As pessoas ganham em real e têm que comprar gasolina, gás e diesel em dólar. Isso não é uma política de preço saudável para a nação”, disse Omar.
Política equivocada na estatal
Ele voltou a questionar os valores praticados pela Petrobrás, que é uma empresa pública e não pode só pensar no lucro em benefício dos acionistas internacionais e contra a população brasileira, verdadeira dona da estatal.
Omar criticou Parente por não aplicar uma política que viesse a melhorar o valor dos insumos produzidos pela estatal.
“O Pedro Parente pegou uma Petrobrás doente, como todos sabemos, mas não aplicou uma dose homeopática para tirar a empresa da falência. Ele veio com uma quimioterapia, e que agora está dando a sequela no povo brasileiro. Esse problema está entrando na casa dos brasileiros e ele não resolveu nada. Quando é que vamos discutir o gás de cozinha e a gasolina? O diesel já foi reduzido e não podemos esperar o povo ir às ruas para que a gente possa rever isso”, disse.
Fatia dos estados na crise
Guardia disse aos senadores que grande parte do preço dos combustíveis, incluindo o gás de cozinha e a gasolina, é impactado pelo ICMS, um imposto estadual. Na gasolina, chega a 30%.
Segundo o ministro, os estados foram “sócios” da elevação dos preços, já que arrecadaram mais impostos, e que precisam ser incluídos no debate para a redução dos custos.
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