Depois de três dias que o Congresso aprovou o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores durante a pandemia do coronavírus, o governo Bolsonaro ainda não publicou o texto no diário oficial da União.
Bolsonaro disse que sancionou o projeto, mas o texto ainda não foi publicado. Ele alegou que vai enviar uma medida provisória (MP) ao Congresso antes da publicação.
“Assinei ontem [quarta], estava aguardando outra medida provisória porque não adianta dar um cheque sem fundo. Tem que ter o crédito também”, afirmou.
“Uma canetada minha errada é crime de responsabilidade, dá para vocês entenderem isso? Vocês querem que eu cave minha própria sepultura? Não vou dar esse prazer para vocês”, completou.
Como resultado dessa posição, ele tem provocado dura reação de parlamentares no Congresso.
“A atitude de atrasar o pagamento do auxílio de 600 reais é tão covarde com quem precisa comer e colocar comida na mesa da sua família que prefiro não acreditar que o governo faça isso pra criar instabilidade e tentar legitimar sua tese de fim do isolamento”, protestou o deputado federal Marcelo Ramos (PL).
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Sem justificativa
De outro lado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o governo mente. Conforme ele, não há justificativa para não pagar imediatamente o renda básica.
“O estado de calamidade já foi reconhecido pelo Congresso e gastos extras estão autorizados. Além disso, já há decisão do STF pela legalidade desses gastos! #PagaLogoBolsonaro”, escreveu no Twitter.
“E nada de o governo publicar a medida que institui a renda mínima! Já tem três dias que o Congresso aprovou a lei que ajudará os brasileiros que passam fome. O governo de Bolsonaro não leva essas pessoas a sério! Quanta enrolação!”, criticou o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
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Oposição é contestada
Como líder do governo na Câmara, o deputado Vitor Hugo (PSL-GO), portanto, rebateu a oposição pelas cobranças.
“É impressionante como não se consegue afastar as disputas políticas mesmo em tempo de crise”.
Em suma, disse que esses críticos “querem protagonismo e não soluções efetivas. É preciso falar menos e trabalhar mais, juntos, pelo Brasil. Só isso”.
Foto: Reprodução/site DeAmazônia