PGR tentou obter dados sigilosos da Lava Jato, denuncia força-tarefa

De acordo com a denúncia, PGR quis acessar bases de dados “sem prestar informações” sobre a existência de um processo formal

PGR Aras

Mariane Veiga

Publicado em: 26/06/2020 às 18:49 | Atualizado em: 26/06/2020 às 18:49

Os procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná acionaram a corregedoria do Ministério Público Federal (MPF) contra a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Conforme denúncia oficial, o órgão quis acessar e compartilhar o banco de dados da operação de forma informal.

Tudo começou com visita, nos dias 24 e 25, da subprocuradora-geral da PGR, Lindora Araújo, à força-tarefa do MPF no Paraná. Ela é também coordenadora na procuradoria da força-tarefa da Lava Jato.

No pedido de providências à corregedoria, procuradores citam desentendimento com Lindora a respeito da transferência de informações sigilosas.

De acordo com a denúncia, ela quis acessar procedimentos e bases de dados “sem prestar informações” sobre a existência de um processo formal para isso.

Além disso, Lindora teria tentado que lhe fosse liberado um sistema utilizado pelos colegas do Paraná que grava ligações telefônicas.

Conforme informado à corregedoria, ela teria demonstrado especial interesse em um sistema comprado pela procuradoria do Paraná em 2015. Tal equipamento é para gravação de ligações telefônicas nos ramais utilizados por aquele grupo de trabalho.

 

Leia mais

PGR apura o que disse general Heleno em nota sobre STF  

 

PGR nega

Em nota, a PGR nega que a visita “buscou compartilhamento informal de dados”, mas a obtenção de “informações globais sobre o atual estágio das investigações e o acervo da força-tarefa, para solucionar eventuais passivos”.

Também disse a PGR que estranhou “a reação dos procuradores e a divulgação dos temas, internos e sigilosos, para a imprensa”.

Como resultado de uma consulta da força-tarefa, a corregedoria informou que “não há qualquer procedimento ou ato no âmbito da corregedoria que embase o pedido de acesso da subprocuradora-geral aos procedimentos ou bases da força-tarefa”.

Leia mais no G1.

 

 

Foto: Marcos Brandão/Senado Federal