Integrantes do PCdoB avaliaram nesta quinta, dia 2, que suposto veto do PSB do pré-candidato a governador David Almeida e do PT à candidatura da senadora Vanessa Grazziotin na coligação prestes a se formar é um equívoco.
Para eles, há precipitação na leitura de que a comunista poderá causar danos à chapa majoritária a governador, que terá David na cabeça e o vice ainda por ser definido.
Os comunistas dizem não questionar o desgaste político de Vanessa, mas pesando prós e contras do seu nome concluem que ela tem mais a contribuir do que a prejudicar.
Vanessa é vista pelos seus como, entre os candidatos, a única da oposição no mandato que se posicionou contra a derrubada de Dilma Rousseff (PT) e a ascensão do vice Michel Temer (MDB) ao poder. O atual presidente da República teve o apoio de dez dos 11 parlamentares federais do Amazonas no processo de impeachment da petista.
A senadora comunista ganhou notoriedade nacional ao lado dos senadores Gleisi Hoffmann (Paraná) e Lindberg Farias (Rio) na defesa de Dilma no Senado.
Vanessa como contraponto ao “governo golpista”
Por isso que os defensores da sua candidatura a veem como contraponto a Temer, que tem tomado medidas prejudiciais à Zona Franca de Manaus (ZFM) e ao Amazonas, como no recente episódio da redução da alíquota do IPI do concentrado de refrigerante da indústria local.
Outra avaliação que fazem é quanto às últimas decisões nas eleições de dois dos três representantes do Amazonas no Senado. Uma delas historicamente vem sendo preenchida por candidato da oposição ao governo. Foi assim com a eleição de Jefferson Péres pelo PDT e a própria eleição de Vanessa em 2010, com o apoio de Lula e Dilma.
Benefícios de ter Vanessa na coligação
Tempo de TV na propaganda de campanha é outro ponto levado em consideração na análise dos comunistas. Vanessa agregaria mais tempo à coligação do que subtrairia, segundo eles.
Além disso, avaliam que Vanessa deve crescer nas pesquisas eleitorais pós-convenções com a saída de Rebecca Garcia (PP) da disputa pelo Senado, depois que foi anunciada como candidata a vice-governadora de Amazonino Mendes (PDT).
Na última pesquisa de intenção de voto publicada no Amazonas, da DMP/Rede Tiradentes, Rebecca apareceu liderando a corrida ao cargo de senador com 21% da preferência do eleitorado.
A leitura comunista desse cenário é que o eleitor está indicando que quer continuar com uma representação feminina no Senado.
Em termos de pesquisas, enxergam Vanessa bem posicionada como opção do segundo voto, à frente inclusive do petista Francisco Praciano, o maior adversário à sua candidatura neste momento no provável grupo de PSB e PT.
Apesar desse veto meio que velado, por enquanto, os membros do PCdoB consideram que Vanessa pode ser o grande nome de oposição nesta eleição. Isso porque existe forte possibilidade de Praciano ser o candidato a vice-governador no arranjo com David Almeida.
Esse é o quadro que os comunistas acreditam vai se confirmar no próximo domingo, último dia das convenções partidárias.
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Foto: BNC Amazonas