Por Neuton Corrêa, da Redação
Colocado no comando da Suframa por causa de sua relação de compradrio com o presidente da República, conforme revelou em Manaus, no dia 25 de julho, o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL), o coronel Alfredo Menezes está com a cabeça a prêmio.
Segundo reportagem do Estadão, manchete de domingo, o Capitão está convencido por seus ministros da área política a recuar de suas convicções e a ceder à “velha política” do loteamento de cargos.
De acordo com o impresso, os ministros vergaram Bolsonaro, alertando-o para o risco de sofrer novas derrotas em futuras importantes votações no Congresso.
No caso de Menezes, a relação dele com deputados federais e senadores do Amazonas é tumultuada mesmo antes de assumir o cargo.
Na chegada
A convivência azedou ainda mais depois que foi nomeado.
Essa situação foi exposta no dia 3 de março, um mês após sua nomeação, quando, na primeira reunião do superintendente da Suframa com a bancada federal, em tom áspero, foi advertido pelo senador Plínio Valério (PSDB):
“Coronel, isso aqui não é um quartel”.
Em abril, os conflitos do amigo de Bolsonaro com os congressistas do Amazonas tornavam-se ainda mais tensos, ao ponto do deputado federal Sidney Leite (PSD) chamá-lo de quinta coluna .
Provocação
Em agosto, Menezes atingiu o senador Eduardo Braga, ao desengavetar um velho processo da Suframa e tomar 3 mil hectares de terras do pai do parlamentar , que haviam sido concedidos para ele em 1978.
Recente
Na semana passada, na reunião da bancada do estado em Brasília, já não foram mais palavras isoladas, mas um coro contra ele, concordando que a missão do coronel reformado, amigo de Bolsonaro, é pôr fim à Zona Franca de Manaus.=
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O comentário foi feito depois que Alfredo Menezes assumiu publicamente que foi ele mesmo que abriu mão de cerca de R$ 15 milhões do orçamento da autarquia para 2020.
O corte da verba foi mostrado pelo BNC AMAZONAS no dia 9 de setembro.
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Na sexta-feira, dia 20, em entrevista na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), o senador Omar Aziz (PSD) o criticou a renúncia orçamentária e sugeriu que Alfredo Menezes não serve para o Amazonas.
“Agora, não é uma indicação de uma pessoa de confiança. Como ele mesmo diz: está aqui para servir, servir o presidente. Mas, nesse momento, não dá para a gente servir ao presidente e ao Amazonas. Ou a gente serve ao Amazonas ou serve ao presidente, porque servir ao Paulo Guedes é servir trabalhando contra a Zona Franca”, disse ele, na ocasião.
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Além disso, também pesa contra o coronel o fato dele ter reduzido o número de reuniões do Conselho de Administração da Suframa e ter loteado os principais cargos da autarquia com pessoas sem conhecimento técnico na área.
Foto: BNC AMAZONAS