Durante a sessão de apresentação do plano de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), uma acalorada discussão entre a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) e o deputado Ricardo Salles (PL-SP) chamou a atenção.
Salles é o relator do colegiado e a deputada Petrone criticava a criação da CPI, alegando que era uma tentativa de criminalizar o MST.
Em meio ao bate-boca, Salles anunciou que abrirá um processo contra a parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.
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Tensões e embates na CPI
Além do confronto entre Petrone e Salles, outros momentos de tensão marcaram a sessão.
A deputada Petrone mencionou a investigação pela Polícia Federal (PF) do ex-ministro do Meio Ambiente, acusando-o de envolvimento com garimpo ilegal e fraudes em mapas.
O vice-presidente da CPI, Kim Kataguiri (União Brasil-SP), interrompeu a fala da parlamentar citando o regimento da Casa que proíbe referências injuriosas aos membros do Legislativo. Em resposta, Petrone argumentou que estava apenas expondo fatos.
Outro momento de tensão ocorreu quando o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), cortou o microfone da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) enquanto ela citava uma investigação aberta contra Zucco no Supremo Tribunal Federal (STF). A deputada reclamou do corte e o presidente da comissão afirmou que não permitiria ataques pessoais na CPI.
Além disso, um embate entre o deputado Éder Mauro (PL-PA) e o deputado Valmir Assunção (PT-BA), ligado ao MST, também marcou a reunião da CPI.
Mauro chamou o MST de “movimento de marginais” e Assunção reagiu, afirmando que não aceitaria tal fala.
Perspectivas futuras
A CPI do MST, liderada por deputados da oposição, promete ser um desafio para o governo, que já enfrenta dificuldades na relação com parlamentares da bancada ruralista.
A primeira sessão da comissão após a instalação indica que haverá trocas de acusações entre deputados da base e da oposição durante os trabalhos.
O confronto entre os parlamentares na CPI do MST reflete a polarização política e as divergências em relação ao movimento social investigado.
O embate de ideias e acusações promete marcar os próximos encontros da comissão, enquanto os trabalhos seguem em busca de esclarecer os fatos e a atuação do MST.
A informação foi publicada pelos jornalistas Luiz Felipe Barbiéri e Elisa Clavery, e publicada no g1 .
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados