Da Redação
Advogados do ex-chefe da Casa Civil do Estado Zaidan emitiram uma nota na noite desta terça-feira, dia 26, estranhando a conduta do procurador da República Alexandre Jabur de ter permitido a divulgação de notícia contra seu cliente antes do caso ser analisado pela Justiça Federal.
“Em consulta junto à Justiça Federal, pudemos descobrir o número dos autos da nova acusação, mas a mesma ainda não foi recebida pelo Juízo”, reclamam os advogados do ex-secretário.
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A defesa se refere ao release distribuído à mídia pela assessoria de comunicação do Ministério Público Federal (MPF), dando conta de que o ex-secretário, o empresário Mouhamad Moustafa e Priscila Coutinho foram denunciados pelo órgão por corrupção.
De acordo com a notícia, Zaidan teria recebido mais de R$ 249 mil, em propina, paga com dinheiro público, para favorecer esquema de desvios de verbas da saúde, investigados pela operação Maus Caminhos .
Antes desta nova denúncia, Zainda já havia sido denunciado num outro processo junto com os demais secretário s e o ex-governador por “promover, constituir, financiar ou integrar” organização criminosa.
A nota da defesa diz que tem convicção de que a acusação decorrente dessa operação contra seu cliente é improcedente.
“Isso porque há provas manifestas de que o fato imputado não se consubstancia em ato de corrupção passiva, nem se mostra crível que um agente público, por supostamente influir ou facilitar a escala de três policiais, os quais fariam a segurança particular de um dos corréus, receber como prêmio da alegada corrupção um carro que, segundo o Ministério Público Federal, é avaliado em mais de 200 mil reais”, rebatem os advogados.
Sem citar nome, eles dizem também seguir convictos na independência e competência da juíza do caso, Ana Paula Serizawa.
“Acreditamos ainda no senso de justiça do Juízo e que a mesma será feita no caso concreto”, comenta a defesa.
A forma como a justiça federal tratou os demais secretários, o ex-governador e até a ex-primeira-dama Edilene Oliveira em comparação ao tratamento dispensado a Raul Zaidan indicam a percepção sobre a gravidade de cada acusação. Zaidan ficou apenas cinco dias detido como efeito da prisão temporária. Os demais secretários demoraram meses para reverter decisões de prisão preventiva decretada na sequência da temporária.
Leia abaixo a nota dos advogados
“A defesa de Raul Zaidan, até o presente momento, ainda não obteve acesso à denúncia e, portanto, desconhece o teor exato da imputação, salvo em razão daquilo que já foi noticiado em alguns veículos de comunicação e previamente anunciado na investigação.
Em consulta junto à Justiça Federal, pudemos descobrir o número dos autos da nova acusação, mas a mesma ainda não foi recebida pelo Juízo.
A defesa segue forte na convicção de que o único e isolado fato supostamente criminoso que é imputado contra Raul Zaidan, no meio desse mar de acusações decorrentes da Operação Maus Caminhos, é improcedente, e, caso se torne um processo, será devidamente comprovada a inocência do mesmo.
Isso porque há provas manifestas de que o fato imputado não se consubstancia em ato de corrupção passiva, nem se mostra crível que um agente público, por supostamente influir ou facilitar a escala de três policiais, os quais fariam a segurança particular de um dos corréus, receber como prêmio da alegada corrupção um carro que, segundo o Ministério Público Federal, é avaliado em mais de 200 mil reais.
A defesa segue firme na pretensão de comprovar a inocência de Raul Zaidan e convicta na independência e na competência da magistrada do feito, que vem conduzindo os processos até aqui com bastante responsabilidade e destreza.
Acreditamos ainda no senso de justiça do Juízo e que a mesma será feita no caso concreto.
Ademais, aguardamos ainda o cumprimento da decisão do STF, na Reclamação Constitucional n.º 30.653/AM, onde foram estendidos os efeitos da decisão a Raul Zaidan, a qual determinou a paralisação dos processos até a apresentação de todas as provas obtidas durante as investigações colhidas até o dado momento.
As defesas de todos os acusados, até a presente data, só obtiveram acesso a fragmentos das provas, o que inviabiliza sobremodo o exercício da defesa”.
Foto: CM7