Por Neuton Corrêa , da Redação
O senador Omar Aziz (PSD) disse nesta terça-feira, dia 7, no plenário do Senado, que “pitaqueiros de plantão, pessoas sem noção que não vivem o dia a dia aqui no Brasil” estão querendo acabar com o País.
“Não é a oposição, não são os radicais de esquerda que querem acabar com o Brasil; quem quer acabar com o Brasil são ‘pitaqueiros’ de plantão, pessoas sem noção que não vivem o dia a dia aqui no Brasil e não sabem o que se passa na cabeça de mais de 13 milhões de desempregados”.
A mensagem era dirigida ao astrólogo Olavo de Carvalho, chamado pelo parlamentar de “conselheiro-mor” do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no discurso que fez em defesa dos generais Heleno e Eduardo Villas Bôas, que viveram em Manaus, quando estiveram à frente do Comando Militar da Amazônia (CMA).
Os militares estão sendo alvo de ataques de Olavo, que tem recebido apoio do presidente e dos filhos de Bolsonaro. Sobre isso, Omar disse:
“Ou o Presidente Bolsonaro toma a decisão de ficar ao lado do conselheiro-mor, o senhor Olavo de Carvalho, ou ele toma a decisão de ficar ao lado de brasileiros que lutaram para que o Brasil permanecesse com a sua autonomia e, principalmente, com o respeito que tem hoje”.
O senador disse que sua fala se traduzia na solidariedade do povo do Amazonas aos dois generais.
“A solidariedade do povo amazonense ao general Heleno e ao general Villas Bôas, dois grandes brasileiros que passam para a história como pessoas que quiseram construir um país do bem, para todos, para que houvesse justiça social”.
Omar Aziz disse ainda que o próprio governo está se digladiando.
“Vemos o governo, entre si, se digladiando. Num momento, é uma coisa; noutro momento, é outra. Todas as crises que o governo teve, do ponto de vista político-administrativo, foram causadas pelo próprio governo”.
Em sua fala, o senador também criticou o corte de verbas das universidades.
Leia o discurso de Omar Aziz, conforme o registro da taquigrafia do Senado.
Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, a minha palavra não vai longe daquilo que alguns Senadores e Senadoras já colocaram aqui, mas eu vejo um esforço muito grande, principalmente para quem apoia o Governo Bolsonaro no Brasil, de norte a sul, para que o Governo dê certo. E esse esforço é tamanho que, muitas vezes, você é obrigado a ler coisas na internet que não são verdadeiras, mas o espírito dos brasileiros para que o Brasil dê certo é um espírito elevado neste momento.
E o que a gente vê? A gente vê, dentro do Senado e dentro do Congresso Nacional, uma oposição querendo ajudar o Governo, uma oposição sendo expectadora, neste momento, para ver o que é que vai acontecer lá na frente. Por outro lado, nós vemos o Governo, entre si, se digladiando. Num momento, é uma coisa; noutro momento, é outra. Todas as crises que o Governo teve, do ponto de vista político-administrativo, foram causadas pelo próprio Governo.
Mas agora nós chegamos ao ápice, nós chegamos aonde não deveríamos chegar, porque, a partir do momento em que há uma discussão pequena aqui embaixo, em que se passa a atacar brasileiros que serviram este País por uma vida toda com respeito e dignidade, aí a conversa é mais embaixo três dedos.
Ou o Presidente Bolsonaro toma a decisão de ficar ao lado do conselheiro-mor, o Sr. Olavo de Carvalho, ou ele toma a decisão de ficar ao lado de brasileiros que lutaram para que o Brasil permanecesse com a sua autonomia e, principalmente, com o respeito que tem hoje.
E eu estou falando aqui principalmente de dois brasileiros que eu conheço, e tive a oportunidade e a satisfação de estar junto a eles, ou como Vice-Governador ou como Governador do Estado. Eu estou me referindo ao Gen. Heleno e ao Gen. Villas Bôas. O Gen. Villas Bôas por mais de uma vez esteve na minha residência, como eu estive na residência dele. Sempre foi um homem ponderado, conhecedor dos problemas brasileiros. Não é um simples ativista de direita que fala pelos cotovelos e não conhece a realidade brasileira. O Gen. Villas Bôas tem serviços prestados ao Brasil; o Gen. Heleno tem serviços prestados ao Brasil.
E, para quem não sabe, o Gen. Villas Bôas, na época da campanha do Sr. Bolsonaro, ele, como Ministro, foi uma interlocução importante para a eleição de Bolsonaro. E, hoje, o que nós vemos é o seguinte: não é a oposição, não são os radicais de esquerda que querem acabar com o Brasil; quem quer acabar com o Brasil são “pitaqueiros” de plantão, pessoas sem noção que não vivem o dia a dia aqui no Brasil e não sabem o que se passa na cabeça de mais de 13 milhões de desempregados.
Por isso, a solidariedade do povo amazonense ao Gen. Heleno e ao Gen. Villas Bôas, dois grandes brasileiros que passam para a história como pessoas que quiseram construir um país do bem, para todos, para que houvesse justiça social.
Agora, o que me espanta é recriar instituições que estavam natimortas. Uma delas, que eu ajudei a reconstruir, é a União Nacional dos Estudantes. Ela está sendo reativada, ela está sendo ressurgida, graças às declarações inoportunas, sem condições, do Ministro da Educação. Não se faz isso com as universidades; se faz primeiro um levantamento para saber onde há desperdício ou não. Se não há desperdício, nós não temos por que, literalmente, fazer esses cortes. Tem que ter bom senso na administração.
Atividade-fim não é para qualquer um; atividade-fim é para quem conhece. Escrever um livro, fazer um filme é uma coisa de intelectuais; administrar é uma coisa de quem está no campo, quem está lá na frente, quem está à frente dos problemas para resolver.
Por isso, Sr. Presidente, a nossa solidariedade ao Gen. Heleno e ao general amigo da Amazônia e do Amazonas, Gen. Villas Bôas, e a nossa insatisfação e indignação com o comportamento com relação às universidades. Foi dessas universidades que nasceram muitos dos homens hoje que dirigem a Nação brasileira.
Era o que eu tinha a falar, Senador.