O delegado da Polícia Civil do Amazonas Gustavo Castro Sotero, denunciado pelo Ministério Público por matar a tiros o advogado Wilson Justo Filho e ferir outras quatro pessoas em uma casa de show na zona oeste de Manaus, vai continuar na prisão aguardando a tramitação do processo a que responde na Justiça. A juíza Mirza Telma Cunha, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, acatou parecer do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e negou a soltura de Sotero, conforme pedido por seus advogados.
De acordo com a magistrada, em decisão assinada no último dia 18, “subsistem os requisitos da custódia cautelar, indícios da autoria e materialidade e ameaça à ordem pública” para a manutenção da prisão preventiva decretada.
Sotero é acusado de assassinar a tiros de pistola o advogado Justo Filho e de tentar matar a esposa deste, Fabíola Pinto de Oliveira, Maurício Carvalho Rocha e Iuri José Paiva Dácio de Souza. Os crimes ocorreram na casa de show Porão do Alemão, em Manaus, na noite do dia 25 de novembro de 2017 .
Defesa queria medidas alternativas
O despacho da juíza foi sobre pedido da defesa para a prisão ser convertida em medidas cautelares alternativas, alegando que manter o delegado preso seria “uma descabida medida de antecipação de sanção penal”.
Argumentou ainda os advogados de Sotero que na prisão ele está “na mira da criminalidade”. Em resposta, Mirza Telma, entre outras coisas, disse:
“Não podemos olvidar que o acusado é delegado de polícia do estado do Amazonas e que a conduta por ele praticada é totalmente incompatível com o cargo que exerce (exercia), posto que deveria resguardar a segurança da sociedade como um todo”.
E no fechamento da sua decisão a juíza escreve que o delegado não foi preso pela comoção que os crimes praticados por ele causaram na sociedade, e sim porque a “ordem pública e a paz social terem sido severamente abaladas com todo o evento criminoso “.
Crimes graves, diz a juíza
Mirza Telma avaliou que Sotero cometeu crimes de modus operandi “extremamente gravoso, praticado em desfavor de quatro vítimas, no interior de um estabelecimento fechado, o qual gerou riscos à integridade física e psicológica de todas as pessoas que estavam naquele local na hora em que os crimes foram praticados”.
A primeira audiência de instrução e julgamento do processo 0641996-45.2017.8.04.0001 está marcada para o dia 14 de junho próximo, com o depoimento de testemunhas arroladas pelo Ministério Público.
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Foto: BNC Amazonas /Reprodução YouTube