O deputado estadual Saullo Vianna (PPS) teve os sigilos fiscal e bancário quebrados pelo corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), desembargador Aristóteles Thury. A informação é da jornalista Rosiene Carvalho nesta quarta, dia 13.
A decisão alcança ainda parentes e empresas ligados ao parlamentar e foi motivada por movimentações bancárias consideradas suspeitas pelo magistrado.
Entre estas estão “pagamentos vultosos feitos pela Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), no final de setembro de 2018, bem às vésperas das eleições”, escreveu Thury.
Saullo havia alegado à Justiça que estava afastado da empresa que recebeu esses valores do governo Amazonino Mendes (PDT) por serviços que teriam sido prestados. Mas, segundo a sentença, ele se apresentava como diretor comercial do negócio.
Leia mais
Processos em andamento
Atualmente, Saullo é investigado em dois processos na Justiça Eleitoral.
O primeiro é por suspeita de corrupção e organização criminosa nas eleições 2018, em episódio que envolve até agente do TRE-AM.
Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) e chegou a ser preso pela Polícia Federal por cinco dias em 7 de dezembro. Essa investigação foi suspensa no último dia 31 de janeiro , com anulação de provas.
Em outra investigação que corre no tribunal, Saullo é denunciado por seu primeiro suplente e correligionário Amadeu Soares por abuso de poder econômico na eleição de 2018.
Soares afirmou ao TRE que Saullo foi eleito ilicitamente. E que tem provas suficientes para fazer o colega de partido perder o mandato, conquistado de maneira “suja”, segundo ele.
A partir de hoje, Soares pode acessar os autos do processo que corre em segredo. O corregedor do TRE acolheu seu pedido.
Leia mais
Bens continuam retidos
Saullo também não terá seus bens, apreendidos pela Justiça Eleitoral, devolvidos. Pelo menos por enquanto.
Em decisão publicada no diário eletrônico do TRE-AM desta quinta, dia 14, a juíza eleitoral Kathleen Gomes nega esse pedido da defesa do deputado.
A magistrada levou em conta que o processo ainda não terminou e o Ministério Público Eleitoral entrou com recurso contra. E que, por isso, a liberação dos bens seria temerária.
Foto: BNC Amazonas