Neuton Corrêa , da redação
Decano do Congresso Nacional, o deputado federal Átila Lins (PP) defendeu ontem, em contato com o BNC AMAZONAS, que a Bancada Federal do Amazonas deve esticar a corda nas negociações com o Planalto em defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Ele propõe, por exemplo, que os deputados amazonenses só votem as reformas que o governo enviar ao Legislativo, se o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assumir compromisso em defesa do modelo.
Átila elevou o tom com o governo diante das posições radicais do ministro Paulo Guedes contra a política de incentivos fiscais do país à indústria nacional e dos primeiros atos do presidente em relação à ZFM.
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Entre esses atos está o decreto editado pelo governo anulando os efeitos da lei assinada pelo próprio presidente prorrogando os benefícios do imposto de renda das empresas instaladas na região.
Tanto a lei quanto o decreto foram assinados no mesmo dia.
Outro fato mais recente na investida da equipe de Bolsonaro contra a Zona Franca ficou expressa na entrevista que o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, subordinado a Paulo Guedes, deu ao jornal Folha de S.Paulo, na fim de semana passado.
Nessa entrevista, Costa, ao qual a Zona Franca de Manaus está subordinada hoje, disse que “os incentivos fiscais não acabam já” e que o modelo regional, para ele não eficiente, será profundamente revisto.
União
Átila Lins disse que ainda não conversou com os seus colegas sobre a ideia de condicionar a sobrevivência da indústria local à aprovação das reformas do novo governo, mas vai defender a união dos oito parlamentares da bancada em torno do tema.
Ele ressalva, porém, que, diante do atual cenário de ameaças ao modelo, o Amazonas já deve acelerar a fundação de atividades de novas matrizes econômicas para o estado para reduzir sua dependência da Zona Franca.
“A Zona Franca tem sido muito importante para a economia regional, mas chegou o momento de pensarmos em novos meios de desenvolvimento”, disse o deputado.
Foto: BNC AMAZONAS