Na manhã da segunda-feira, dia 8, o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Alfredo Menezes Júnior (PSL), precisou gastar boa parte do tempo do encontro coletivo que fez com a imprensa para tentar justificar o cancelamento da visita do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ao polo industrial do Amazonas. Ele queria falar do protagonismo que pretende dar à autarquia.
O plano de reforma da previdência e a necessidade de concentração total do governo federal na questão foi a desculpa dada em nome do presidente.
A viagem havia sido anunciada pelo próprio superintendente, mas nem chegou a entrar na agenda oficial da Presidência.
Em suma, não há neste momento, dos primeiros 100 dias de governo, uma definição se Bolsonaro irá ao Amazonas, e muito menos de uma data para isso. “Creio que a vinda irá ocorrer dentro de 30 a 45 dias”, especulou o superintendente.
Segundo Menezes Júnior, esse adiamento foi combinado durante umas das várias vezes que sentou com o presidente para conversar em Israel , na semana passada. Para ele, sua presença na comitiva foi uma demonstração do prestígio que goza junto a Bolsonaro.
De acordo ainda com o chefe da Suframa, o adiamento da visita presidencial à ZFM acabou sendo uma oportunidade para que ele e Bolsonaro cruzem as agendas “para realizar algumas entregas no estado”, disse ele.
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Agenda de entregas
Entre essas entregas, que significam anúncios de alguma medida de interesse do modelo de desenvolvimento da região Norte, o superintendente falou de um novo formato para os PPB (processos produtivos básicos), descontingenciamento dos recursos da Suframa pelo governo federal e avanços para a BR-319, “entre outras”, acrescentou.
A expectativa frustrada do meio empresarial de ter o chefe do Executivo no polo industrial do Amazonas não era a pauta que o superintendente Menezes Júnior gostaria de ter tratado com a imprensa.
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As realizações da missão protagonista
Ele tencionava mesmo era divulgar o que tem feito para cumprir, “com a maior brevidade e eficácia possível”, a missão que diz ter recebido de “resgatar o protagonismo [da Suframa] no cenário regional e nacional”.
Pelas leis da caserna, de onde é oriundo, como militar do Exército, Menezes Júnior sabe que “missão dada é missão cumprida”. Ele, então, lista o que fez em dois meses para isso. Veja a seguir:
– Visitas de cortesia, audiências e reuniões com entes federais, estaduais e municipais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, órgãos de controle, empresas da ZFM, entidades de classe, representações diplomáticas e meios de comunicação;
– Participação de sessão na Câmara dos Deputados dos 52 anos da ZFM;
– Participação em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, do Senado;
– Relações com bancadas parlamentares de estados da área de abrangência do modelo ZFM e com a Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, à qual a autarquia é vinculada;
– Avanços na discussão de temas estratégicos para a região, PPB;
– Inclusão do PPB no programa Simplifica, do Ministério da Economia, para gerar emprego e aumentar a produtividade na ZFM.
– Participação na comitiva do governo federal na visita a Israel, de 31 de março a 4 de abril. A ideia era atrair negócios e investimentos para a ZFM;
– Colaboração na busca de rotas de integração logística e comercial com o Peru, via porto de Paita, e com o Equador, pelo porto de Manta, no oceano Pacífico; e
– Envolvimento nas tratativas para a liberação da BR-319.
Menezes Júnior disse que está satisfeito com essas realizações e que sua expectativa é de que “as ações ganhem maior efetividade e amplitude nos próximos meses”.
Com informações da Suframa
Foto: BNC Amazonas