Em ano de eleições gerais, o judiciário do Amazonas também passa por uma maratona de “eleições internas” que têm agitado, criado discórdia entre membros da justiça e feito discussões irem parar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os dois últimos pleitos de 2018 no judiciário têm como principal eleitor o governador e pré-candidato à reeleição, Amazonino Mendes (PDT).
O governador, que deverá está no alvo do olhar da justiça e do Ministério Público na eleição que se aproxima, é o principal eleitor para a escolha do próximo desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), vaga da OAB, e do procurador geral de Justiça (PGJ), que é o “chefe” do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM).
Principal eleitor
As duas instituições passaram por indicações de seus preferidos para os cargos, no entanto, com as listas tríplices nas mãos cabe a Amazonino escolher quem quiser para ser o próximo desembargador do TJ-AM e o próximo desembargador. A previsão é que a escolha de desembargador deve ser feita até o meio do ano e de PGJ até setembro.
MP-AM
A quatro meses da eleição de definição da lista tríplice para o cargo de procurador geral de Justiça do MP-AM, as movimentações de promotores e procuradores para o cargo começam a ficar mais visíveis. De olho no cargo de Fábio Monteiro, já há pelo menos oito nomes, sendo que três mulheres estão entre as postulantes: Leda Albuquerque, Silvana Nobre e Antonina do Vale.
Time masculino
Também são pré-candidatos à vaga Paulo Stélio, Reinaldo Nery, Alberto Nascimento, David Câmara e José Roque.
Favoritos
Ser favorito entre procuradores e promotores nem sempre é garantia de vitória. Tradicionalmente e legalmente, o governador não é obrigado a escolher o mais votado pela categoria.
Memória
Otávio Gomes, por exemplo, figurou em terceiro lugar e mesmo assim foi escolhido pelo governador Eduardo Braga (MDB). Francisco Cruz foi escolhido por Omar Aziz (PSD) mesmo sendo o segundo colocado na lista tríplice.
OAB-AM
Na disputa pela vaga da OAB-AM, a temperatura interna também está alta para a primeira peneira que será a formação a lista sêxtupla com a votação entre os advogados, no final de maio. Já há até denúncia tentando impedir o pleito na Justiça Federal, impugnação alegando campanha irregular, acusações de que há candidatos laranjas e comentários desqualificando candidatos a desembargador com base no texto de ações de impugnação.
Ctrl C
Comentam advogados que postulantes a cargo de desembargador exibem fragilidade técnica copiando argumentos de internet durante o processo eleitoral da ordem.
Vale-tudo
No meio jurídico, o comentário é que a disputa pela vaga do mais alto posto do judiciário do Amazonas, que deveria exigir dos postulantes alto preparo técnico e ético, colocou sangue nos olhos dos advogados e expôs nuances de vale-tudo vistas em campanhas políticas.
Podia ser pior
Advogados dizem que “só não está pior” em função da presença do advogado Daniel Nogueira na presidência da Comissão Eleitoral da vaga, que passa uma imagem de exigência e rigor ao cumprimento das regras e moralidade ao processo. Desde que o advogado começou a aparecer mais, indeferindo a maioria dos registros, as campanhas esfriaram.