A desembargadora Maria do Socorro Barreto, do Tribunal de Justiça da Bahia, foi presa nesta sexta-feira, dia 29, pela Operação Joia da Coroa, que apura um esquema de vendas de sentenças relacionadas à grilagem de terras no oeste baiano. As informações são do Portal G1 .
De acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), a desembargadora, que está afastada do cargo há dez dias, estaria, conforme indícios reunidos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal, destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários.
Em nota, o TJ-BA informou que adota todas as medidas cabíveis para colaborar com a investigação, “sempre respeitando o ‘Princípio do Contraditório’ que preserva a proteção ao direito de defesa”.
Segundo o advogado de Maria do Socorro, João Daniel, “não houve destruição de provas”. Ele disse que, caso ela tivesse sido chamada para depor, teria esclarecido os pontos abordados na decisão.
O G1 destaca ainda que na nota divulgada pela PGR as apurações já realizadas também reuniram indícios de relações indevidas entre a magistrada e outros investigados no esquema.
Um deles é Adaílton Maturino, que se apresentava como cônsul de Guiné Bissal e tem uma extensa ficha de crimes.
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Segundo um relatório emitido pelo MPF, foi encontrado na casa da desembargadora um grande estojo, do tipo mostruário, com anéis, relógios (com estampa de uma grande marca de luxo), brincos, além de um colar de ouro com aparente valor de mercado.
O documento informou que foram apreendidos sete canhotos de talões de cheques com referência a pagamentos de artistas baianos, comprovantes de pagamentos de joias e acessórios e também de despesas de imóveis, referentes as localidades do Canela, Flamengo, Graça, Barbalho, Santo Antônio Além do Carmo, Praia do Forte, Penha e São Gonçalo dos Campos, todos no nome de Maria.
Foram encontradas também diversas anotações sobre processos judiciais, com indicação de postura a ser adotada. Além de ficar contatado que ela movimentou R$ 1.790.88,82 sem declarar origem e destino.
Maria do Socorro foi presidente do TJ da Bahia entre 2016 e 2018. Ela estava afastada do cargo desde o dia 19 de novembro, junto com outros cinco magistrados, incluindo o presidente da casa.
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Foto: Reprodução/TJ-BA