Comissão tira Coaf de Moro e impõe nova derrota ao governo

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 09/05/2019 às 10:37 | Atualizado em: 09/05/2019 às 10:39
O governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a sofrer derrota no Congresso Nacional. Na manhã desta quinta, dia 9, a comissão que analisa a medida provisória da reforma administrativa decidiu tirar o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da pasta da Justiça, do ministro Sérgio Moro, e passar para as mãos já superpoderosas do ministro Paulo Guedes, da Economia.
Apesar do discurso do governo de que a permanência do órgão na Justiça era fundamental para o combate à corrupção, venceu a pressão de integrantes do “centrão” e da oposição.
Por 14 votos a 11, após três dias de sessão, a mudança de mãos desse órgão defendido por Moro como fundamental para o combate à corrupção e outros crimes no país foi concretizada pelos parlamentares.
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Plenário, uma chance para Moro
Moro ainda tem uma chance de manter o Coaf em sua pasta, mas o governo federal vai ter de se articular melhor no Congresso. É que a MP da reforma ministerial de Bolsonaro terá de ser aprovada em plenário na Câmara dos Deputados e depois no Senado. O prazo é 3 de junho.
Parlamentares contrários à permanência do órgão na Justiça argumentaram que manter o Coaf nas mãos de Moro poderia provocar uma superconcentração de poderes com o ex-juiz.
Há dias, Moro teria cogitado deixar o governo Bolsonaro caso o Coaf saísse do seu ministério. Ele disse que topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro da Justiça. Alegou estar “cansado de tomar bola nas costas”.
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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado