Contra Congresso, MPF defende que Lula vete marco temporal

Texto aprovado pelo Congresso contraria decisĂ£o do STF sobre o tema

Publicado em: 19/10/2023 Ă s 23:25 | Atualizado em: 19/10/2023 Ă s 23:40

O MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) divulgou uma nota nesta quinta-feira (19) em que defende que o projeto de lei que estabelece um marco temporal para demarcaĂ§Ă£o de terras indĂ­genas seja vetado por Lula da Silva (PT).

O projeto, aprovado pelo Senado em setembro, determina que deve ser aplicada a tese do marco temporal na demarcaĂ§Ă£o de terras indĂ­genas, ou seja, deve ter direito Ă s terras consideradas ancestrais somente os povos que as estivessem ocupando no dia da promulgaĂ§Ă£o da ConstituiĂ§Ă£o Federal, em 5 de outubro de 1988.

Como o texto tambĂ©m jĂ¡ foi aprovado pela CĂ¢mara, o projeto aguarda sanĂ§Ă£o do presidente.

No entanto, a medida contraria uma decisĂ£o do Supremo Tribunal Federal (STF) proferida em setembro.

A nota, assinada por diversos membros do MPF, defende que a aplicaĂ§Ă£o da tese do marco temporal, que altera a forma de demarcaĂ§Ă£o de terra indĂ­genas, nĂ£o pode ser feita por meio de lei ordinĂ¡ria.

O documento alega ainda que a aplicaĂ§Ă£o da tese restringe os direitos garantidos aos indĂ­genas na ConstituiĂ§Ă£o, os quais, segundo o MPF, sĂ£o clĂ¡usulas pĂ©treas, e, por isso, nĂ£o poderiam ser alterados nem mesmo por meio de uma Proposta de Emenda Ă  ConstituiĂ§Ă£o (PEC).

A nota foi elaborada pela CĂ¢mara de Populações IndĂ­genas e Comunidades Tradicionais (6CCR) do MPF.

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Foto: Lula Marques/AgĂªncia Brasil