Valério diz que procurador age como militante ambiental contra BR-319
O senador disse que o Amazonas ainda conta seus mortos e “centenas não teriam morrido por falta de oxigênio se a BR-319 fosse trafegável”

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 29/07/2021 às 17:01 | Atualizado em: 29/07/2021 às 20:37
O senador Plínio Valério (PSDB) diz que o procurador Rafael Silva Rocha, do Ministério Público Federal (MPF), age “mais uma vez como militante ambiental” para emperrar o processo de licenciamento da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO).
Rafael Rocha recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que não realize audiências públicas sobre o licenciamento ambiental, do trecho do meio da estrada, antes de estudos mais abrangentes e durante a pandemia.
Além de avaliar a concessão da licença para obras no trecho do meio, o Ministério Público diz que também devem ser considerados na análise os impactos que seriam causados pelos 52 km do Lote C da rodovia.
Para o MPF, a concessão da licença com base apenas no estudo do trecho do meio é considerado crime ambiental.
Trata-se do asfaltamento de 405 km, localizado entre o rio Igapó-Açu (km 250) até o entroncamento com a BR-230, no km 655, próximo a Humaitá.
O Ministério Público lembrou ainda que o estado do Amazonas continua registrando média significativa de casos de covid-19 (coronavírus), com registro de 260 novos casos no dia 25 de julho, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM).
“Tudo convergindo para a impossibilidade de se promover aglomerações, em plena pandemia, para expor o conteúdo de um estudo que não está apto para ser discutido nem reúne as condições mínimas para ser aprovado”, diz um trecho da recomendação.
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Militante ambiental
“O procurador Rafael Silva Rocha age mais uma vez como militante ambiental. Não aprendeu a lição”, reagiu o senador Plínio.
De acordo com o parlamentar, o Amazonas ainda está contando seus mortos e “centenas não teriam morrido por falta de oxigênio se a BR-319 fosse trafegável”. “Ele insiste em manter nosso isolamento”, criticou.
Valério acusou o procurador de usar diversos recursos para inviabilizar as obras na estrada.
“Depois de usar todos os recursos para impedir a recuperação da BR-319, agora usam como último recurso a pandemia para impedir as audiências públicas exigidas para a concessão do licenciamento ambiental para as obras do meião da rodovia. Isso num momento em que a vida volta ao normal”, protestou.
Foto: BNC Amazonas