Desembargadora do AM, Encarnação Salgado agora é ré por venda de decisão a criminosos
Entre as muitas denúncias que pesam contra Encarnação Salgado estão a venda de liminares a presos de facção criminosa e do tráfico de drogas.

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 07/12/2022 às 23:18 | Atualizado em: 07/12/2022 às 23:18
Mesmo aposentada, a desembargadora Encarnação das Graças Salgado, que foi do TJ-AM, ainda tem contas a ajustar com a Justiça. Nesta quarta, 7 de dezembro, ela virou ré em processo de corrupção passiva por venda de decisão que corre no STJ.
A notícia é do portal Atual, em matéria de Felipe Campinas, de Manaus.
A denúncia é do MPF (Ministério Público Federal). Por unanimidade, o plenário do STJ considerou que o conjunto das provas é suficiente para caracterizar os indícios de materialidade e de autoria do crime.
Conforme o MPF, Encarnação recebeu R$ 50 mil do empresário Thiago Guilherme Caliri Queiroz por uma liminar favorável a um preso por falsidade ideológica.
Com Encarnação, por participação no crime, também estão no processo Mariolino Siqueira (ex-prefeito de Santa Isabel do Rio Negro), os advogados Edson de Moura Filho, Klinger da Silva Oliveira e Cristian Mendes da Silva, o empresário Thiago Queiroz e o ex-secretário municipal Sebastião de Moraes.
Encarnação, como resultado, foi afastada das funções no Judiciário desde 2016, pelo CNJ, e aposentada compulsoriamente em 2021 como pena por seus crimes.
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Crime que compensou
Apesar disso, Encarnação embolsou R$ 2,7 milhões. Foi um valor recebido sem esforço porque ela não trabalhou do seu afastamento até a hora em que foi aposentada.
Há um ano, exatamente, sua conta bancária engordava com mais de R$ 659 mil, de uma vez. Esse dinheiro Encarnação recebeu por “férias acumuladas”, conforme disse o TJ há época.
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Envolvimento com facção
Esse é apenas um dos processos, portanto, que pesam contra a desembargadora aposentada. Encarnação ainda responde por envolvimento com facção criminosa, conforme apontou a operação La Muralla, da Polícia Federal e MPF, em 2015 e 2016.
As investigações igualmente envolviam a venda de decisão judicial da magistrada para favorecer criminosos do Amazonas.
Foto: divulgação/TJ