Bolsonaro revoga decreto do sigilo que vice assinou e Câmara sustou

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 28/02/2019 às 12:20 | Atualizado em: 28/02/2019 às 12:20
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), revogou nesta quarta, dia 27, o decreto assinado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) que ampliava o número de servidores autorizados a impor sigilo a documentos públicos. A revogação foi publicada ontem mesmo no diário oficial da União.
O decreto 9.690/2019 alterava as regras de aplicação da Lei de Acesso à Informação e permitia que ocupantes de cargos comissionados e diretores de órgãos vinculados classificassem informações públicas nos graus de sigilo ultrassecreto ou secreto.
Esse documento acabou sendo suspenso, na semana passada, pela Câmara dos Deputados. O texto ainda seria apreciado pelo Senado.
Antes do decreto, a classificação de informações públicas como ultrassecretas era exclusiva do presidente e do vice-presidente da República, ministros e autoridades equivalentes, comandantes das Forças Armadas e chefes de missões diplomáticas no exterior. Essas regras voltam a valer a partir de hoje.
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Burocracia x transparência
Na ocasião em que assinou o decreto como presidente em exercício, Mourão disse que o objetivo era “única e exclusivamente” reduzir a burocracia “na hora de desqualificar alguns documentos sigilosos” e que a transparência seria mantida.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República