Juiz diz não acreditar que senadores do Amazonas trairão o povo

Neuton Correa
Publicado em: 24/04/2017 às 16:05 | Atualizado em: 24/04/2017 às 16:05
Em pressão contra o projeto de lei do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), com substitutivo do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que tipifica crimes de abuso de autoridade praticados por magistrados, o juiz Cássio Borges, presidente da Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon), cutucou a bancada de três senadores do estado dizendo não crer que eles votem a favor da proposta de Renan.
“Eu não acredito que algum dos parlamentares amazonenses vote n isso, porque eles não precisam de uma manobra dessa. Eu quero crer que isso é uma coisa do senador Renan Calheiros, que não chegou ao Amazonas. Se fizerem, é uma traição ao povo do Amazonas, ao povo do Brasil, é uma traição à sociedade brasileira”, alfinetou.
Foi durante uma entrevista à imprensa convocada pela Amazon, ocorrida na sala de reuniões da presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), e que contou também com a presença do presidente da corte, desembargador Flávio Pascarelli, de procuradores da República, de representantes do Ministério Público Federal (MPF-AM), da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal no estado.
O presidente do TJ-AM também cutucou a classe política ao dizer que “o que coloca a democracia na enfermaria é a corrupção e que é contra ela (a corrupção) que hoje o Judiciário está atuando”.
Borges também alertou a sociedade para que fique de olho nos senadores, na quarta-feira, dia 26, quando o projeto de lei for levado à votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na opinião dele, o que os parlamentares querem, neste momento, é se brindarem contra a operação Lava Jato.
Na opinião dos magistrados que participaram da entrevista, o que o Congresso fará com esse projeto de lei, caso seja aprovado, é punir o princípio da interpretação da lei, prerrogativa nata do juiz.
Foto: BNC